sábado, 17 de setembro de 2011

Elegia da Saudade

Falta eu sinto da infância vivida com carinho
Das tardes de domingo na rua
soltando caixotinhos com a linha de costura da mamãe.
Falta eu sinto daquele sorriso, daquele abraço, daquela conversa sem destino
Das nossas brincadeiras, das bobeiras dos amigos
Falta eu sinto da espera na fila para o almoço, sempre divertida, barriguinha cheia, pés na cadeira antes de ouvir o apito.
Falta eu sinto de olhar nos seus olhos procurando abrigo, com o coração contrito das pelejas humanas.
De declarar meus medos, ouvir seus conselhos e poder experimentar o teu afago.
Falta eu sinto do tardar da hora, do sol que se punha, da espera na porta para descermos juntos aquela alameda.
Falta eu sinto da certeza de que quando cada um partia era para voltar no dia seguinte, sempre na hora, no nascer do dia.

A gente cresce, o mundo envelhece e se as relações permanecem são para serem constantemente renovadas, meu camarada!
Agradeço por não poder prever o futuro, por não saber que aquela seria a última vez que poria meus olhos em você, que trocaríamos as palavras certas, mesmo desconexas, mesmo sem aceitarmos ou compreendermos.
Porque cada um percorre a sua estrada com marcas cravadas das pegadas de quem junto caminhou.
E a gente continua, junta tudo dentro de um relicário
Pendura no pescoço ou leva nos braços, com cuidado
Ou do lado esquerdo do peito, guardado com jeito,
Porque ter saudade é melhor do que caminhar vazio.

sábado, 10 de setembro de 2011

Pra você guardei o Amor

Um é pouco, dois é bom, mas três é perfeito! Foi assim, Maísa, que te recebemos.
Amor Philia, de paz, de luz e de bem. Nessas conspirações do universo, que ninguém entende, não se fizeram laços, que muitas vezes só enfeitam, mas fizeram-se nós, que ataram nossos corações.
Seu sorriso, menina, é sua armada.
Somos parecidas. Somos fogo e gasolina e são nos tapas e beijos que nosso amor faz morada.
Sabia, Maísa, recordar significa "trazer de volta ao coração". Eu ainda me recordo daquela manhã em que aquele pequeno bebê, entretido com seus pezinhos, brincava na sala de minha casa.
E lá já se foram 8 anos!!!
Olho para você e vejo como crescemos, como fomos virando mocinhas e de como o presente nos é retirado a cada segundo nos convidando a um futuro de surpresas e de aprendizados.
E se me perguntam sobre tamanho carinho por essa pessoinha não saberia o que dizer, a não ser parafraseando Montaigne: "Porque é ela. Porque sou eu".
Para você, Maísa, faço versos feito um trovador.
Para você, poderia até decorar líricas apuradas, magistrais.
Cantarolar um samba de Noel ou uma literatura de cordel
Mas é na Bossa, que me encontro e nenhuma explanação falar-te-ia mais do que: EU SEI QUE VOU TE AMAR POR TODA A MINHA VIDA!
MAÍSA, do grego, Pérola Alva.
Mas no meu vocabulário és PRESENTE, PRESENTE DE DEUS!

Parabéns Irmanzinha! =)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Depois daquele feriado

Você chegou como quem não queria nada, vagou pela primavera passada e a fez mais sentida, mais florida, mais conturbada.
O novo, o palpite no peito, uma alegria não sei de onde e o pensamento lá em você.
Nas trocas de confidências não permitíamos espaço para meia-verdades. Brincadeiras tão nossas...mas na roda,  eu percebia, que o amor fazia folia em minha vida. Sentimento que nasce do âmago daquilo que inquieta e que de alguma forma sensibilizou os olhos e tocou o coração. Sentimento capaz de habitar terras inóspitas.
Preciso ainda contar que amei, para não dizer que ainda amo?
Preciso olhar mais uma vez nos seus olhos e declarar que só você me fez sentir como criança quando ganha aquela bala que deixa a língua azul?
Preciso ainda dizer que tinha e ainda tem que ser com você a vivência do meu paraíso terreal?
 Aceitar-me sem você certas vezes me custa.
De ciclos infinitos fez-se nossa história, porque não aprendemos, ainda, a usar o ponto final.
E são vírgulas e mais vírgulas, pausas estranhas a espera de novas páginas.
Queria que entendesse que não será "OUTRA", nem "OUTRO", antes do "NÓS".
Por isso vem para vivenciar.
Vem para desencantarmos
Vem para zerarmos esse jogo
É ridículo, eu sei, essa espécie de "devoção" a tamanho sentimento.
Mas em solenes estrofes e com vigor, apesar da dor, levanto meu canto, porque  mesmo se pudesse não teria escolhido não apaixonar-me, porque  eu sei que o "amor é uma coisa boa",  porque - e aqui faço minha uma peculiar divagação de Nietzsche - " a todo aquele que obrigaram a não mais amar incondicionalmente, cortaram as raízes de sua força".

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Militar é preciso


Porque mãe, eu não vou pelas calçadas.
Eu vou é pelas ruas, no meio da multidão.
Porque onde eu estou não é onde quero ficar.
Tudo pode melhorar.
Vou hastear a bandeira da liberdade e cantar a minha Marselhesa
A mulher, quase nua de alma, em mim escondida.
Porque eu vou é em direção à Paz Celestial e se os meus medos forem feitos tanques como os dos filhos de Mao, eu vou enfrentar, porque eu tenho resguardada aquela juventude colossal que nos move.
Eu tenho que ir.
Não vou abster-me do debate. Não vou fugir da PALAVRA.
Vai chegar a hora em que a sua mão não vai mais me ajudar a atravessar, mas você estará ali e o mel e o fel de nossa convivência se fundirão com a aurora. E será sempre o bom, o que não enjoa, o "quero mais".
Porque a hora do desafio chega para todos e eu quero ir, mas não sem você, não sem você.
Entenda a minha forma de te venerar, de te amar.
Porque mãe, você impregnou-me como em uma tábula rasa e o bom eu guardei.
Porque mãe, tu me fizeste mais forte para agora, e eu quero ir, mas não sem você, não sem você.
Só que não vou pelas calçadas, por isso um beijo eu te deixei.

sábado, 3 de setembro de 2011

Piriguete??

Ouve-se dos corredores de nossa querida FAFICH um brado a  ressoar: "Oh Piriguete!!"
 Ela volta seus olhos porque reconhece a voz e  apesar de querer demostrar uma falsa indiferença, acaba na gargalhada.
Tenta retrucar e a mãe do coleguinha é que entra sempre na ciranda dos xingamentos, coitada.
 Mas deixa que explico já. Ela dá o ar de sua graça. A vida é também para se brincar. Ela se mistura. Não tem lugar fixo para se sentar. O figurino do dia parece chamar a atenção e olha que a menina nem ao menos põe os pés no chão! Fato é que o  fogo que aparenta ter ninguém nunca viu consumir-se. É romântica por vocação. Pode, logo ela, ser assim?? Alguns acreditam, outros não.
Já a definiram pueril, parceira, pervertida, preocupada e ainda a querem PIRIGUETE??
 Quantos "Pês" ela tem?? Qual alfabeto ela é??
 Por enquanto, parece seguir sendo a PEQUENA da moçada e isso para ela basta!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um Convite Especial

Amigo, arraste a cadeira e sente-se ao meu lado. Esse é o convite ao desabafo.
Você diz que não vou entender, que ninguém vai entender, mas que precisa contar. Então não faça hora. Não apronte o receio. Eu estou aqui e estarei sempre para te ouvir.
Você diz que olhos de águia não podem ver o tumulto dentro de você. Mas o que não vê é que o teu desespero eu posso ter, porque as suas palavras já não te traem e você DIZ, e a força delas é tudo.

De tudo que posso te dizer: vai sem medo. Pinte, expresse-se, colore e proteste em seu muro, cinzento por natureza. Faça-o como o de Berlim e me chame para ver a sua derrubada. Só você poderá sucumbi-lo. Mas me chame  para transpor as ruínas e dançar do outro lado com você. Logo estaremos do lado ocidental e ver o sol se pôr também é DIVINO.

Daí, podemos ir para um bar. Te ofereço uma bebida, uma Pepsi, pode ser??
Mas beba o que quiser. A festa é sua!
E em uma mesa como esta vamos brindar e do muro, que já não mais será, só restará uma inócua lembrança.
Por isso arraste uma cadeira e venha prosear.