Que jogou pro alto a felicidade
Que não deu crédito a saudade
E hoje amarga o desperdício
Pena foi o que eu senti
Pela criança que estendia as mãos
Pelo troco que ela esperava receber
Para saciar a sua sede de infância
Pena foi do fruto ainda verde
Que cutucado com vara curta
Caiu de insistência
Nas mãos daqueles moleques de rua
Pena eu senti de mim
Assistindo à TV
Enquanto pessoas comuns erguiam a voz e os braços
Protagonizando a dor e o caos também em meu nome
Pena eu senti de nós
Dessa fragilidade que consome
Do poderio que enlouquece
Da ingenuidade que preservamos
Quando ainda achamos que somos alguma coisa
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