sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Admirável Mundo Novo

Que os seus olhos não se enganem: ainda existe a dor, o desespero ainda mora ao seu lado,
muitos sabores são amargos e a lágrima é a medida visível do insano.
Cada um no seu mundinho tenta ser feliz. Sorrisos forçados, batons desgastados, suor exasperado aparecem em fotos por aí, ao alcance de qualquer loguin.
Tudo é belo, até o outro conhecer.
Imitam-se causas das quais nem sabem o quê.
Reproduzem-se frases para que fulano entenda o que se quer dizer.
Tudo é público. "Esta pessoa acha isso"; "faz aquilo"; "acredita nisso" e uma seta ordinária aponta para mais um avatar.
Quer ser engraçado? Irônico?
Quer ser o crente ou o filósofo?
Quer ser o pop?
Escolha o perfil que lhe agrade, que mais lhe apraz, ou faça a sua própria miscelânea.
Queremos conhecer e sermos conhecidos, reconhecidos. Nos preocupamos com os afazeres do outro, seus compromissos, enquanto nos esquecemos do almoço de domingo, que no desatino, passa por nós despercebido.
E quem te disse que tens amigos?? No outro dia não mereces nem um sorriso, sequer o cordial BOM DIA! Ele ou Ela não te conhece.
E é vida que segue, frágil, instável e com uma carregada dose de hipocrisia.
Estamos cada vez mais presos e nem percebemos. Alguns chegam a pensar que não há vida algures longe das redes.
Curtimos os links. Mas não a vida.
Dizemos sim a eventos. Mas não ao desprendimento, à doação.
Compartilhamos fotos. Menos AMOR, em CAPS mesmo!
Abraçamos causas. Menos as dores alheias.
Somos mais amigos, do que pais, filhos, irmãos, cidadãos.
E assim prossegue a humanidade. Pertinente seria a sua possível pergunta a esta geração: onde parar-vos-ão?
Não pergunte aos universitários, que eles também não saberão.
Peço desculpas por também não sabê-la. Estou off-line enquanto escrevo.
Quem sabe numa atualização não acharás a resposta? Por favor, só não se esqueça de compartilhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário